Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão se explica desde terça-feira, 23, sobre o caso Marielle Franco. Seu nome apareceu como mandante da morte da ex-vereadora em vazamento do que seria a delação premiada do ex-policial-militar Ronnie Lessa. A Polícia Federal negou que o acordo exista.
Brazão negou envolvimento na morte de Marielle e disse que nem sequer a conhecia à época do crime. Nesta quarta, em entrevista a portal UOL, ele voltou a negar qualquer relação com os assassinatos da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em 14 de março de 2018, e afastou também a relação que têm feito entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Fui vereador com a Rogéria Bolsonaro [ex-mulher de Jair Bolsonaro], depois fui deputado por alguns anos, depois chegou o Flávio Bolsonaro. Conheço o presidente Bolsonaro. Não sou, assim, próximo do presidente, nem politicamente aliado ao presidente, mas conheço o presidente Bolsonaro, conheço a sua família”, disse Brazão.
Circulam nas redes sociais, desde o vazamento da delação, imagens de Brazão em campanha por Dilma Rousseff na eleição de 2010 (foto) — o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que se tornaria, anos depois, um dos maiores algozes de Dilma, também aparece nos registros.
Circulam também imagens de seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), mas apoiando a família Bolsonaro em 2022, em comícios ao lado de Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo Rio de Janeir
O envolvimento de Domingos Brazão no caso Marielle também levou a questionamentos sobre a concessão de passaporte diplomático para Chiquinho e sua família, que teria sido uma indicação de favorecimento do governo Bolsonaro. Mas Chiquinho e seus familiares receberam o benefício porque ele é concedido a todos os parlamentares.
A família Brazão é eclética e pluripartidária. É difícil, para lulistas ou bolsonaristas, conseguir empurrá-la apenas para o colo dos adversários.